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domingo, 7 de novembro de 2010

Até num casamento evangélico-judeu tem alguém da Facha!

Outro dia fui ao casamento de um amigo do meu namorado numa casa de festas em Madureira. Não conhecia os noivos e nenhum outro convidado, exceto meu cunhado e sua esposa, que está grávida de quase quatro meses. Por falar em gravidez, a noiva casou com um barrigão enorme, ouvi dizer  que o neném vai nascer próximo ao Natal.
Os noivos e suas famílias são evangélicos por isso convidaram um pastor já conhecido para oficializar o relacionamento perante Deus. Devo dizer que respeito todas as religiões, mas aposto que o pastor em questão tomou alguma coisa à base de álcool antes de começar a cerimônia. Explico: ele iniciou dizendo que Marlon, o noivo, era o “cabeça” da família. Eu, ingenuamente, pensei que ele conhecesse muito bem o rapaz a ponto de citar sua inteligência acima do normal, se comparada ao restante dos parentes. Bobinha eu! O pastor completou dizendo que o homem é sempre o “cabeça” da família e a mulher deve ser submissa a ele por isso. Vê se pode, em pleno século XXI quando milhares de mulheres são chefes de família, alguém falar isso? Eu achei um absurdo e notei que um casal sentado a minha frente também – eles arregalavam os olhos a cada palavra do discurso antiquado do pastor.
E continuou nas baboseiras: para representar a união da vida do casal ele colocou suco de uva em duas taças e pediu que os noivos bebessem um pouco. O que sobrou foi colocado numa terceira taça que simbolizava a única vida que estaria nascendo naquele dia. Eu estava até gostando do ritual, cheio de significado. Fazia sentido uma vida só, e uma taça como representação disso deveria ser guardada com todo cuidado. Pois o pastor fez exatamente o contrário. Ele, numa espécie de ritual judaico evangelizado, simplesmente quebrou a taça e justificou afirmando que assim ninguém prejudicaria a vida dos dois. Não me contive, tive que falar um tanto alto o quanto aquele cara era louco. Meu namorado, embora concordasse comigo, só pedia para eu ficar quieta. Mas o casal que eu mencionei parecia também ter achado a atitude sem sentido, tanto que viraram para trás e me olharam com certa cumplicidade.
E se você pensa que acabou, há há há... Na parte mais importante do casamento, de todo e qualquer casamento, o pastor simplesmente chamou o noivo de Rômulo! A hora do “sim” foi interrompida pelas gargalhadas dos ouvintes  - era assim que o pastor chamava os convidados – que se entreolhavam  esperando a correção do erro que acabara de acontecer.
Nem preciso dizer que, além de rir muito, fiz questão de reafirmar a minha teoria de que o pastor tomou todas antes do culto.
A cerimônia acabou e todos seguiram para a festa. Sentei à mesa reservada para nós e ao lado estava o tal casal com o qual dividi minhas opiniões e julgamentos durante a cerimônia. Conversa vai, conversa vem, descobri que, além de opiniões em comum, nós tínhamos também profissões parecidas. A menina é jornalista, trabalha como redatora de publicações para públicos internos, e foi aluna adivinha de onde? Sim, da Facha!
Como todo mundo diz: em todo lugar tem alguém da Facha, inclusive no casamento, em Madureira, celebrado por um pastor nada normal.
Francine Tavares é aluna de Publicidade/Propaganda e Relações Públicas.

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